O Extremismo e o Centro
Nunca fui amigo do extremismo. Pouco importa se de direita ou de esquerda, é um atalho para a insensatez. Subverte a ordem estabelecida, tende a violar o princípio do contraditório, corolário do princípio do devido processo legal. Quem age pautado por ele, não raro é tentado a fazer justiça pelas próprias mãos. O extremista costuma agir sem pensar, não por falta de capacidade, mas porque o seu fanatismo o idiotiza. É amigo número um do comportamento de manada no pior sentido da expressão.
Debito na conta do extremismo atos como os que obrigaram, por exemplo, em meados de 90 o casal Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada a fecharem a Escola de Base. Para rememorar, em março de 1994, seus proprietários, a professora Paula Milhim Alvarenga e o seu esposo e motorista Maurício Monteiro de Alvarenga foram injustamente acusados pela imprensa de abuso sexual contra alguns alunos de quatro anos da escola. Em consequência da revolta da opinião pública, a escola foi obrigada a encerrar suas atividades logo em seguida...
O advento das redes sociais nos revelou um mundo doente. As pessoas opinam sobre qualquer tema, saúde, esportes, educação, medicina, e notadamente a política, com ares de especialistas. Replicam como uma manada de burros ou rebanho de gado, meias verdades como se verdades absolutas fossem. Julgam e condenam sumariamente nos tribunais do Twitter e do Facebook. Um simples boato, pode levar um acusado a riscos que incluem a própria morte. Reflexos de um extremismo que imbeciliza. Com tristeza observo nas novas mídias a discussão política pautada por ele.
Felizmente, talvez pela toxicidade que incontinente exala, cada vez mais e mais pessoas começam a perceber que, entre uma extrema-esquerda beligerante e uma extrema-direita intolerante há espaço suficiente para florescer um centro de bom senso.
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