O atraso tem nome: voto impresso.
Em 1982, registrei o meu primeiro voto, votação manual. Era um inferno acompanhar as apurações e totalizações dos votos, decifrar as intenções de voto dos eleitores, nem sempre legíveis. Ademais, o processo de apuração uma coisa lenta, dispendiosa, consumia toneladas de papel, dezenas de horas de trabalho de brasileiros à serviço da justiça eleitoral, fiscais e delegados à serviço de partidos e candidatos, inúmeras possibilidades de fraude, quer na contagem e conferência dos votos, quer na transcrição dos mapas eleitorais (ali morava o maior perigo).
Graças a Deus a modernidade chegou. Hoje o Brasil possui um moderníssimo e seguro sistema de votação eletrônica que nos permite saber o resultado das eleições nacionais em poucas horas. O Registro Digital do Voto, uma espécie de tabela digital, criada em 2003, permite recontagem e amplia a transparência do processo eleitoral. Todavia há quem abomine o progresso e até deseje o retorno ao sistema manual, ou mesmo a impressão do voto.
Coisa de gente de má fé, ou de candidato derrotado pela dura realidade das urnas, que tomado de inconformismo, talvez por entender ser ele(a) a melhor alternativa, necessita de alguém, ou alguma coisa para atribuir a culpa pelo seu eventual fracasso. Há um outro grupo de interessados, os lobistas tupiniquins, que de olho nesse potencial mercado, tentam porque tentam, através de argumentos falsos, justificar uma necessidade inexistente.
Lutar pelo voto impresso faz tanto sentido quanto lutar contra os e-mails em pról da volta do"fax impresso". Equivale a clamar pela volta do telefone público discado ativado por fichas ou moedas, ou querer de volta o ferro de passar à brasa; é tão ridículo quanto querer exigir a volta do passe escolar impresso, ou quem sabe do ticket refeição.
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