Virus et circenses

 


Panem et circenses (Pão e circo) foi uma política supostamente desenvolvida durante a República e o Império Romano. Até metade do século XX, pesquisadores e historiadores acreditavam que essa política havia sido criada como uma medida de manipulação de massas, onde a aristocracia desviava a atenção da plebe das grandes questões da política, fornecendo prazeres como a comida, através do pão, e o divertimento, retratado pelo circo. 

Não se pode negar, que a ideia do oferecimento do pão e do circo tenha sido inspiradora em um contexto mais amplo, para que mandatários contemporâneos captassem dividendos eleitorais. O circo, a partir do século XX pode muito bem ser representado pela Copa do Mundo, Olimpíadas, campeonatos de grandes competições esportivas e  até de esportes eletrônicos, haja vista que o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL), por exemplo, teve recentemente uma quebra de recorde, com 336 mil pessoas assistindo uma mesma partida simultaneamente, no segundo split da competição.   

O Brasil virou sede da Copa América após atender ao pedido da Conmebol seguidamente ao recuo do governo argentino, que viu uma escalada da pandemia em seu território. Embora o Brasil lidere a olimpíada das mortes causadas pela pandemia da Covid 19, a CBF só deu resposta positiva para a Conmebol porque obteve o aval do governo federal. O então presidente da entidade, Rogério Caboclo, acionou diretamente Jair Bolsonaro na manhã do dia 31 e ouviu do presidente que o caminho estava livre para organizar a competição em solo brasileiro, conforme publicou o site da Uol em 08/06/2021.

A mesma presteza ele não imprimiu quando a questão era imunizar a população frente à mais letal pandemia que se tem notícia. Ao contrário, o caudilho do Planalto inovou ao lançar a política vírus et circenses.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Equilíbrio, o bom senso e a sensatez venceram, ufa!

Frente Ampla X Frente Minguada. O Português resolve.

Em tempos de polarização quem perde é o cidadão