Vai todo mundo perder
Vivemos a maior pandemia dos tempos modernos. O site
desenvolvido pelo Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade
Johns Hopikins (EUA), que mostra em
tempo real a propagação do novo corona
vírus no mundo, já acusa um total global de 93.275.676 casos e 1.997.704
pessoas mortas. Isso não são números, são vidas. Tempos em que a escolha de Sofia
se fez presente em algumas cidades mundo afora. Quando pensei que este seria o
limite da crueldade, assistimos perplexos notícias de que o drama de alguns
profissionais da saúde não é mais escolher quem vai morrer primeiro, mas
assistir agonizando no leito de morte, pacientes com o oxigênio hospitalar
racionado, atônitos, sem ter muito o que
fazer.
Costumo dizer que em momentos assim é mais importante
resolver os problemas que encontrar culpados, mas ouso creditar tais
acontecimentos à conta da guerra política que se trava na saúde pública.
Perde-se muito tempo, gasta-se muita energia em tolas
discussões se o efeito colateral é virar jacaré ou macaco, se é melhor a
fabricada na China ou em Oxford, se o melhor dia para começar a vacinação é o
dia “D” na hora “H”, ou se no aniversário da cidade e não se planeja, não se
compra os insumos, não se provém o mínimo e necessário para enfrentar o
implacável inimigo de fato.
O momento agora é de salvar vidas. A pandemia só terá fim
após uma imunização em massa. Essa é a discussão, esse é o debate que realmente
importa. O “Dia D” é hoje, a “Hora H” é agora. Dia e hora de parar de discutir
imbecilidades e de agir. Dia de centrar esforços na aquisição de insumos e
vacina, de programação logística da sua distribuição, de estratégia de
imunização, de “priorizar o que é prioritário”. Enquanto permanecermos na guerra da discussão
de mediocridades em que não há vencedores, apenas vencidos, o corona vírus
agradece.
São Paulo, 15/01/2021
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