Diário da Covid-19 (01/04/2021) - reflexão do dia
NOVO RECORD
Hoje é 1º de abril, gostaria que fosse mentira, mas não é. Mais um podium para o negacionismo, a negligência e a perseverança na estupidez. Encerramos o mês de março contabilizando 3.950 mortos no Brasil em 24 horas, vitimados pelo novo coronavirus. É como se de um dia para o outro, apagássemos do mapa a totalidade dos habitantes da aprazível cidade paraibana de São José de Princesa, 4.728º mais populoso dos 5.570 municípios brasileiros. (estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2020 - IBGE).
A exemplo do noticiado ontem, mais triste ainda poderá ser a notícia de amanhã, pois o viés das estatísticas ainda aponta para alta.
O propalado “tratamento precoce” através do uso de medicamentos do denominado Kit Covid não encontra eco na ciência, muito embora não sei se por desespero, descuido, imperícia, negligência, imprudência, ou interesse oculto, tenha sido adotado por alguns médicos, violando postulados éticos.
Consumir medicamentos sem eficácia comprovada pela ciência pode causar prejuízos para o corpo e, segundo médicos de megahospitais como Clínicas, Albert Einstein e Emilio Ribas, seus efeitos colaterais estão prejudicando tratamento e gerando mortes.
Portanto, notícias e recomendações de origem não médica, no sentido do uso sob qualquer forma do chamado Kit covid não merecem crédito. Nossas reais esperanças residem na vacinação em massa e no soro anticovid desenvolvido pelo nosso glorioso Instituto Butantã, esse sim e quando sob orientação médica, recomendado para o tratamento dos pacientes infectados pelo Sars-CoV-2.
Ao menos enquanto não atingirmos a chamada imunidade de rebanho, faz-se necessário manter o distanciamento social, o isolamento doméstico, o uso de máscaras e a higienização das mãos e de superfícies. Pelo andar da carruagem estamos distantes desse momento meses ainda, posto que, segundo alguns especialistas, a imunidade de rebanho vacinal só é alcançada após a imunização de no mínimo 80% da população.
Muitos já nos cansamos do coronavírus, mas o coronavírus não se cansou da gente. As medidas de distanciamento social são impopulares, mas necessárias. Trata-se de salvar vidas humanas e todas elas importam, até a dos negacionistas.
Fique em casa, se sair use máscaras, não descuide da higienização constante das mãos e superfícies, mantenha o distanciamento social, fuja das aglomerações e denuncie festas clandestinas e outras aglomerações intencionais.
Nossas esperanças de voltar a viver dentro da normalidade encontram morada na ciência e, sobretudo, na nossa atitude.
São Paulo, 1º de abril de 2021.
Wander Simões
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