Diário da Covid-19 (31/03/2021) - reflexão do dia



É com profunda tristeza que registramos em um só dia 3.780 mortos no Brasil vitimados pelo novo coronavírus. É como se da noite para o dia, apagássemos do mapa a totalidade dos habitantes da cidade paranaense de Prado Ferreira, 4.796º mais populoso dos 5.570 municípios brasileiros. (estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2020 - IBGE).
Mais triste ainda poderá ser a notícia de amanhã, pois o viés das estatísticas ainda aponta para alta.
O propalado “tratamento precoce” através do uso de medicamentos do denominado Kit Covid não encontra eco na ciência, muito embora não sei ao certo se por desespero, ou interesse oculto, tenha sido adotado por alguns.
Consumir medicamentos sem eficácia comprovada pela ciência pode causar prejuízos para o corpo e, segundo médicos de megahospitais como Clínicas, Albert Einstein e Emilio Ribas, seus efeitos colaterais estão prejudicando tratamento e gerando mortes.
Portanto, notícias e recomendações no sentido do uso sob qualquer forma do chamado Kit covid não merecem crédito. Nossas reais esperanças residem na vacinação em massa e no soro anticovid desenvolvido pelo nosso glorioso Instituto Butantã, esse sim recomendado para o tratamento dos pacientes infectados pelo Sars-CoV-2.
Ao menos enquanto não atingirmos a chamada imunidade de rebanho, faz-se necessário manter o distanciamento social, o isolamento doméstico, o uso de máscaras e a higienização das mãos e de superfícies. Pelo andar da carruagem estamos distantes desse momento meses ainda, posto que, segundo alguns especialistas, a imunidade de rebanho vacinal só é alcançada após a imunização de no mínimo 80% da população.
Muitos já nos cansamos do coronavírus, mas o coronavírus não se cansou da gente. As medidas de distanciamento social são impopulares, mas necessárias. Trata-se de salvar vidas humanas e todas elas importam, até a dos negacionistas.
Fique em casa, se sair use máscaras, não descuide da higienização constante das mãos e superfícies, mantenha o distanciamento social, fuja das aglomerações e denuncie festas clandestinas e outras aglomerações intencionais.
Nossas esperanças de voltar a viver dentro da normalidade encontram morada na ciência e, sobretudo, na nossa atitude.
São Paulo, 31 de março de 2021.

Wander Simões 

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