Diário da Covid-19 (02/04/2021) - reflexão do dia


Brumadinho não foi uma marolinha de lama, a Covid-19 não é uma gripezinha.


Hoje é 2 de abril. Após vários dias de records quebrados sucessivamente, o primeiro dia de queda. Contabilizou-se ontem 3.769 mortos no Brasil, vitimados pelo novo coronavírus. Embora seja cedo para afirmar, esta cifra pode ser um indicativo de que o arrochar das medidas de isolamento social, começaram a apresentar resultados frente a esta terrível onda pandêmica que nos assola.

Para você que ficou atônito, que chorou com a tragédia de Brumadinho – MG (270 mortos), é como se, de um dia para o outro, apagássemos do mapa a totalidade dos habitantes da cidade mineira de Itutinga, também conhecida como “Terra das Águas”, incrustada no Campo das Vertentes, 4.801º mais populoso dos 5.570 municípios brasileiros. (estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2020 - IBGE).

Esta redução de 181 mortos comparativamente aos números registrados ontem, não deve ser motivo de relaxamento com o necessário isolamento social, nem de desleixo para com os demais cuidados, sobretudo os de higiene. Quanto mais severos formos na observância desses ditames, mais rapidamente teremos o controle dessa pandemia, que já ceifou em pouco mais de um ano, mais de 325.000 vidas humanas brasileiras, o equivalente a morte da população inteira da litorânea cidade do Guarujá – SP acrescida de alguns milhares de moradores das vizinhas cidades de Santos ou Bertioga.

O propalado “tratamento precoce” através do uso de medicamentos do denominado Kit Covid não encontra eco na ciência, muito embora não sei se por desespero, descuido, imperícia, negligência, imprudência, ou interesse oculto, tenha sido adotado por alguns médicos, violando postulados éticos.

Consumir medicamentos sem eficácia comprovada pela ciência pode causar prejuízos para o corpo e, segundo médicos de megahospitais como Clínicas, Albert Einstein e Emilio Ribas, seus efeitos colaterais estão prejudicando tratamento e gerando mortes.

Portanto, notícias e recomendações de origem não médica, no sentido do uso sob qualquer forma do chamado Kit covid não merecem crédito. Nossas reais esperanças residem na vacinação em massa e no soro anticovid desenvolvido pelo nosso glorioso Instituto Butantã, esse sim, recomendado para o tratamento dos pacientes infectados pelo Sars-CoV-2.

Ao menos enquanto não atingirmos a chamada imunidade de rebanho, faz-se necessário manter o distanciamento social, o isolamento doméstico, o uso de máscaras e a higienização das mãos e de superfícies. Pelo andar da carruagem estamos distantes desse momento meses ainda, posto que, segundo alguns especialistas, a imunidade de rebanho vacinal só é alcançada após a imunização de no mínimo 80% da população.

Muitos já nos cansamos do coronavírus, mas o coronavírus não se cansou da gente. As medidas de distanciamento social são impopulares, mas necessárias. Trata-se de salvar vidas humanas e todas elas importam, até a dos negacionistas.

Fique em casa, se sair use máscaras, não descuide da higienização constante das mãos e superfícies, mantenha o distanciamento social, fuja das aglomerações e denuncie festas clandestinas e outras aglomerações intencionais.

Nossas esperanças de voltar a viver dentro da normalidade encontram morada na ciência e, sobretudo, na nossa atitude.

São Paulo, 2 de abril de 2021.

Wander Simões

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Equilíbrio, o bom senso e a sensatez venceram, ufa!

Frente Ampla X Frente Minguada. O Português resolve.

Em tempos de polarização quem perde é o cidadão